sexta-feira, setembro 02, 2005

"Democracia"




Pouco após o falecimento prematuro de Jacques Bainville (1879-1936), Charles Maurras assim definia os valores daquele genial historiador do futuro:

“O que Bainville mais amava? A verdade.
A seguir a verdade? A língua francesa.”

“E, para Bainville, o que estava abaixo do nada? O falso.
E ao nível do nada? A democracia.”


Mal iniciado o século XXI, a politicalha continua a berrar “democracia”. Calam-se bocas pela “democracia”, encarcera-se pela “democracia”, tortura-se pela “democracia”, mata-se pela “democracia”. O voto de um analfabeto vale tanto quanto o de um catedrático; o de um pedófilo ou narco-traficante, o mesmo que o de um homem de bem; o de um miúdo fumador de charros, tanto quanto o de um missionário; o de quem é sustentado e improdutivo, igual ao de quem produz e paga impostos. A ditadura aritmética das maiorias numéricas – obtidas com altas doses de corrupção, demagogia e manipulação – destrói a lei natural, aniquila as noções do bem e do mal, erige o relativismo em falsa divindade. Parte-se um povo em “partidos” e jogam-se uns contra os outros numa frenética e insana competição – na qual tudo é válido – para a satisfação de interesses grupusculares e muitas vezes escusos, em detrimento dos interesses colectivos, reais, permanentes, nacionais. Ao contrário do que muitos pensam, a verdade é que vivemos o fim de um tempo. O sossobrar desta “democracia” igualitária, demagógica, corrupta e ateia já pode ser visto no horizonte. A cada dia mais e mais gente dá-se conta do engodo duplamente secular e da incapacidade do Estado “democrático” em cumprir com as suas funções. Impõe-se, portanto, viver sem ele. Dir-se-ia que a tão difamada e condenada Idade Média está a ultimar o seu regresso – com as suas cidades muralhadas, os seus bastiões, o seu sentido de honra e dever, o seu espírito de cruzada.

1 Comments:

At 9:35 da tarde, Blogger vs said...

Santa ingenuidade.
Pode esperar sentadinho.

E vá fazendo um crochet...para passar o tempo.

 

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