sexta-feira, setembro 09, 2005

Euro-Ultramarino


O título deste blog – euro-ultramarino – reflecte o carácter único da Nação Portuguesa durante dois terços de sua existência. Ser “euro-ultramarino” foi cumprir a missão histórica nacional, foi realizar as obras que nos singularizaram, foi a síntese de nossa intervenção na marcha do povos. Este vocábulo reafirma orgulhosamente uma identidade que jamais poderá ser varrida da memória daqueles que tiveram o privilégio de a conhecer, de a sentir, de a compartilhar. Que os traidores regozigem-se com os trinta dinheiros da sua infame traição, que os profissionais da mentira continuem a lavar os cérebros – jamais conseguirão apagar do registo humano a obra de vinte gerações de portugueses. Mas dizem que Portugal, hoje reduzido a estado exíguo e insignificante pela gloriosa abrilada, é terra de brandos costumes. Talvez por isso o holocausto provocado em Angola, Guiné, Moçambique e Timor – uma tétrica contabilidade ainda por completar. “Brandos costumes” certamente para os responsáveis por este crime hediondo, a quem as vidas de vários milhões de inocentes, para não mencionar a integridade deste ente chamado Pátria (de impossível compreenção para as cabecinhas abrilinas). A verdade é que no Portugal rectangular está tudo invertido... Há muito tempo um grupo de cidadãos tentou mover um processo contra os “descolonizadores exemplares”. Uma escandalosa intervenção do governo e da assembleia da república neutralizaram a iniciativa a meio do caminho – fantástico exemplo de independência mostesquieuiana dos poderes, como bem convém às sólidas convicções democratóides das figuras deste regime que cravou Portugal. Para breve, aqui, um desenvolvimento detalhado do tema: nomes, factos, datas. A vergonha do Portugal da impunidade "exemplar".