sexta-feira, julho 21, 2006

Os "cinco" estarolas em Córdoba

Arranca hoje na cidade argentina de Córdoba uma reunião cimeira do chamado Mercosur ou Mercosul, pretenso e pretensioso mercadito comum que desde a sua criação serviu apenas um simples propósito: o Brasil produz e vende, sem comprar nada; os demais membros não produzem, ou deixam de o fazer, e apenas compram, não vendem. As assimetrias não administradas, a desorganização, os desconchavos, as aldrabices e a conversa fiada de costume sentenciam a falência desta “integração” de pacotilha. Se o Uruguay e o Paraguay avançam com a ideia de alinhar com a América do Norte e Europa, então o famigerado Merd’au Sud fica para as calendas gregas. Sob a ilustríssima liderança do Prôfêçô Dôtô Silva, de el pingüino Kichner e do novíssimo sócio, o Comandante Chávez dos petrodólares, o esquema continuará a servir de plataforma para a truanice da esquerdalhada iberoamericana, messianicamente convencida de que é a restauradora do socialismo que perdeu-se na Europa de Leste. Diz-se à boca pequena que os três estarolas andam a tramar o ingresso de duas outras pérolas: a Bolívia do índio marxista-cocaleiro Morales e a ilha-prisão do octogenário Fidel de Castro (noblesse galicienne oblige). Contra Bush e os EUA, contra a Área de Livre Comércio das Américas, contra o tal do “neo-liberalismo”(?), contra o racismo (excepto na versão anti-branco, claro está), pela reforma agrária (i.e., invasões, vandalismos, ocupações), contra o FMI, etc. – o inevitável ramerrão. Vamos, pois, a mais um capítulo desta novela folclórica. Aguardarei impaciente a pièce de résistance de tão selecto encontro: a intervenção do convidado de honra e pai espiritual dos organizadores, acabadinho de chegar de La Habana. Mestres incontestáveis dos discursos com sete ou oito horas de duração, quem levará desta vez o prémio Papagayo de Oro, Castro o Chávez? Isto há-de ser, a todos os títulos, uma grande paródia. Ah!... já esquecia: o evento conta com a protecção de Santo Che, muito da devoção lá da casa.