sábado, junho 03, 2006

Os "sem-nacionalidade"


Sempre nutri um absoluto respeito pelos conceitos de nação e de nacionalidade. No entanto os tempos recentes, as uniões europeias e as não tão (ou não mais) europeias, o mundialismo avassalador, a psicose do multi-culti e demais sandices descaracterizadoras, convenceram-me que o outrora sagrado conceito de “nacionalidade” foi devidamente profanado. Relativizada e reduzida a uma mera categoria burocrático-classificadora, a nacionalidade, que deveria ser herdada ou, nas devidas excepções, merecida, vale agora tanto quanto um ticket-refeição, uma camisola de equipa futebolística ou um acessório de moda. Em tempos de direitos especiais, melhor dito: privilégios, à disposição de qualquer grupo com uma agenda própria, quero aqui propor a criação de mais uma associação de interesse especial: os “sem-nacionalidade”. Na era dos sem-papéis, sem-tecto, sem-terra, etc., cumpre fundar o grupo dos sem-nacionalidade, daqueles que recusam o aviltamento de tão nobre conceito e preferem, então, ser classificados em uma nova categoria – com direito a BI e passaporte distintos, talvez transparentes. Quem alinha?