sexta-feira, abril 28, 2006

28 de abril


A 27 de setembro de 1998 escrevia eu este texto, gentilmente publicado pelo saudoso "O Dia". Hoje, 28 de abril, natalício do asceta de Santa Comba, reproduzo-o aqui como singelo e sincero tributo.

Trinta anos volvidos sobre o afastamento de Oliveira Salazar da chefia do governo, cumpre homenagear aquele que foi uma das maiores inteligências e mais fortes personalidades da História; o homem de génio que salvou Portugal da decadência e da indigência, restaurou-lhe o prestígio e recolocou-o nos trilhos da sua missão histórica; o estadista de craveira excepcional para quem os interesses e direitos de Portugal estiveram sempre acima de tudo; o Português de Lei, o exemplo de integridade, o derradeiro cruzado e profeta do Ocidente.

O Portugal de Salazar foi uma Nação grande, repartida por quatro continentes, com incalculável importância geoestratégica e grandes responsabilidades históricas; o Portugal de hoje é minúsculo e exíguo rectângulo.

O Portugal de Salazar foi uma Nação independente, com autonomia de julgamento e decisão; o Portugal dos nossos dias abdicou da soberania e esmera-se na obediência à cartilha de estrangeiros.

0 Portugal de Salazar foi inflexível na defesa das populações ultramarinas contra terroristas assassinos; o Portugal abrilino abandonou as mesmas populações à sanha dos seus algozes.

O Portugal de Salazar defendeu a dignidade da pessoa humana, garantiu a ordem nas ruas e a segurança dos cidadãos; 0 Portugal da actualidade considera a dissolução do carácter e as aberrações morais como exercício da liberdade, condescende com desordeiros e delinquentes e não oferece segurança às pessoas de bem, seja em casa ou nas ruas.

O Portugal de Salazar dotou o país de infra-estruturas, promoveu a sua industrialização e protegeu os sectores-chave da economia, integrando-o paulatinamente e com salvaguardas nos espaços económicos de livre-comércio; o Portugal gerado pela abrilada arruinou as estruturas económicas e preside alegremente ao desmantelamento da indústria, da agricultura e das pescas, segundo o receituario mundialista.

O Portugal de Salazar entendia a política como instrumento ao serviço da colectividade e o poder como missão de servir; no Portugal vigente, a política é estratagema para a satisfação de interesses egoístas de pessoas e grupos, enquanto o poder é interpretado como o direito de servir-se.

O Portugal de Salazar cultivava a nossa História, homenageava os nossos Maiores, condecorava os Heróis da Pátria; o Portugal abrilino expunge a nossa Históra, ignora os nossos Maiores, exalta os traidores à Pátria.

O Portugal de Salazar não discutia Deus, a Pátria, a Família; no Portugal abrilino nega-se Deus, vende-se a Pátria, liquida-se a Família.

O Portugal de Salazar soube merecer os nossos mortos; o Portugal abrilino os não merece.

Diante de tanta traição, tanta apostasia, tanta ignomínia, tanta passividade e tanta dissolução do carácter nacional, cumpre inquirir se o consulado de Salazar não foi "somente" uma barragem temporária contra o declínio inelutável da Nação portuguesa. Afinal, se os portugueses estão-se nas tintas para a sua nacionalidade, se sentem-se bem na companhia de traidores à Pátria que amputaram largas parcelas do seu território e promoveram a imolação de milhões de inocentes, se contentam-se em comer pelas mãos de estrangeiros, se regozijam-se com afrontas à sua História e aos seus Maiores, se genuflectem sorridentes diante daqueles que nos querem dominar, diluir e absorver, então os portugueses têm o destino que merecem. "25 de Abril", Maastricht, Shengem, Amesterdão, regionalização, iberismo, mundialismo; são tudo etapas da viagem ao aniquilamento físico da Nação, tornado possível - exclusivamente - pela decomposição programada do carácter nacional.

Registam-se aqui a homenagem a Salazar e a saudade que este homem providencial deixou nos corações onde ainda vibra o nome de Portugal. E acrescenta-se que a perspectiva oferecida pelo "espectáculo" deste último quarto de século confirma e amplifica a genealidade de Salazar.



Salazar, sempre!

terça-feira, abril 25, 2006

Sobre "abril" das mentiras mil...

Recomendam-se as seguintes leituras:

http://misantropoenjaulado.blogspot.com/2006/04/luto-carregado.html

http://viriatos.blogspot.com/2006/04/o-25-de-abril.html

http://saadyroots.blogspot.com/2006/04/32-anos-de-luto.html

http://combustoes.blogspot.com/2006/04/lembrar.html

http://linha-horizonte.blogspot.com/2006/04/outra-face-do-25-de-abril.html

sexta-feira, abril 14, 2006

De um argentino a Salazar (II)


Hoje, 25 de abril, não recordarei a traição que produziu o fim histórico de Portugal. Outros o farão, e bem melhor. Prefiro recordar um 25 de abril dia de um Santo, São Marcos. Prefiro recordar um 25 de abril dia de um Rei, D. Miguel de Portugal - cuja proclamação pelo Senado de Lisboa deu-se neste dia, no ano de 1828.

E prefiro recordar quem simboliza a restauração da Pátria: Salazar. Na obra "La Catedral y el Alcázar", o argentino Pe. Alfredo Sáenz traça os retratos de um Santo e de um Herói: São Toríbio de Mongrovejo e António de Oliveira Salazar. Os dois "têm de perene a própria natureza que os constitui: a santidade e o heroísmo". Intocáveis pela passagem do tempo, a sua vigorosa permanência continua a disseminar a mesma "luz exemplar".

"... ha querido el autor describirnos un Príncipe Cristiano que señoreó sobre Portugal en la pasada centuria. Saneó las finanzas, propagó el Evangelio, restauró la virtud, devolvió el bienestar, enseño a su pueblo a preferir ser mejores antes que a estar mejor. António de Oliveira Salazar es su nombre.

Un Príncipe con la talla espiritual de la antigua caballería andante, y con la perspicacia del estadista atento a los legítimos requerimientos de su tiempo. También frente a su estampa tendrán algunos que hacer un trémulo silencio. En este caso, los muchos que equiparan fatalmente el ejercicio de la acción política con la mezquindad."

Ao identificar o Santo com a Catedral e o Governante Heróico com o Alcazar, o Pe. Sáenz apropriadamente faz ressaltar o carácter sacro do primeiro e épico do segundo, indicando que unicamente através destas duas "arquitecturas" podem os homens e as nações alcançar "o seu destino de bem e de beleza".

De um argentino a Salazar (I)


"Había algo de monje en su talante,
blanca la mano sobre el libro abierto,
la soledad fecunda del desierto,
camastro pobre, ayuno, verbo orante.

Algo de bravo caballero andante
que en sus sueños vive y a la vez despierto,
algo de asceta con el gesto yerto
o la sonrisa apenas anhelante.

No discute la patria, la defiende
de la usura sin rostros humanados,
cuando las hoces siegan los sembrados,
y al trigo blanco que del cáliz pende.

Para sí nada quiere, porque entiende
al poder como oficio de abnegados.
El cetro con la cruz van hermanados:
sólo el bullicio al gobernante ofende.

La nación es su casa solariega,
ese hogar lusitano junto al río,
su cátedra, su claustro, el labrantío.
Es el imperio de la fe andariega.

Señor de la mesura a quien no ciega
el aplauso mundano del gentío.
Sacrificio es mandar, pero el bajío
remonta al agua si el amor navega.

Tiene su acción el tono esponsalicio
de los antiguos reyes medievales,
sabedor de las normas teologales,
primero en el deber y en el servicio.

Tiene acaso en Platón su natalicio
en la aldea cristiana sus puntales,
el color de las frondas terrenales
la viril inflexión del epinicio.

Siempre de pie lo vieron en Lisboa
jerárquico en la acción y en el sosiego
entre Guinea, Mozambique y Goa.

Quieto el sol sobre Fátima se afila,
quietud de un pueblo en paz y sin trasiego.
Silencio todos: Salazar vigila."

Antonio Caponnetto

Poema incluído na obra "La Catedral y el Alcázar", da Série "Héroes y Santos", de autoria do Padre Alfredo Sáenz, Ediciones Gladius, Buenos Aires, 2004.

Santa Páscoa

"A Crucificação" (1723), por Giovanni Battista Tiepolo (Veneza, 1696-1770)

Uma Santa Páscoa a todos que por aqui passam.

quarta-feira, abril 12, 2006

Misantropo Enjaulado

Tenho andado afastado da blogosfera e confesso que à ela retorno com a triste notícia do fim do MISANTROPO ENJAULADO, obra prima nos seus textos, nas suas imagens, sem falar na natural elegância do Paulo Cunha Porto. Se perco o prazer da companhia diária do Misantropo, fica o exemplo a seguir e, quero crer, a amizade do seu autor. Desejo ao Paulo êxito absoluto em todos os seus empreendimentos, presentes e futuros, na esperança de, um dia, voltar a desfrutar do seu convívio neste espaço digital.