Gotan Project - Santa Maria del Buen Ayre
EURO-ULTRAMARINO
"Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!" - F. Pessoa
quarta-feira, agosto 30, 2006
terça-feira, agosto 29, 2006
Criatividade onomástica

ALEKISANDRO RODRIGUES JUREMA
CLARK GABLE RODRIGUES
CREUZO ARQUIMENDES FARIA
DEIVES GOULART DOS SANTOS
JACKESON DOS SANTOS LACERDA
JEISON JANDIRO SILVA
JONUEINY NASCIMENTO
KELLY CRISTINA DE ALMEIDA MARTINS SILVA
MAICOL JURANDIR BENEVIDES
MARLUDE BATISTA GOMES
MOZAR ANDRADE PARREIRA
ORLEANS PEREIRA DE JESUS
ORSAY GONÇALVES MAGALHÃES
OTOJANES COUTINHO DE OLIVEIRA
SANCLER SILVA PEREIRA
SAVERO LA RUINA
UOXINTON PALMIRO DE SOUSA
USTANE RAMOS PEREIRA LOPES
VALDOMARK BATISTA TAVARES
VANDOMIR JOSE VIDAL
WANDERLEYDE RIBEIRO CARVALHO
WELLYSD DE ANDRADE PEREIRA
segunda-feira, agosto 21, 2006
domingo, agosto 20, 2006
Racionalidade abrileira

sábado, agosto 19, 2006
Último Reduto

Ave Kirchner

Do "amigo" Chávez

Ainda Caetano

quinta-feira, agosto 17, 2006
Marcello Caetano - 100 anos
Hoje Marcello Caetano cumpriria cem anos. De toda a sua longa vida pública, incluída a cátedra que criou escola, fica-lhe indelevelmente associada a imagem do timoneiro maladroit da nave que sossobrou espectacularmente; daquele que, logrando dasagradar gregos e troianos, presidiu aos últimos estertores do Portugal euro-ultramarino. Não irei aqui alongar-me na sua avaliação: os amigos Misantropo e Combustões já sintetizaram, com a mestria habitual, a natureza humana e política do último Presidente do Conselho da Constituição de 1933.
Estou convencido de que Caetano poderia ter sido o governante modelo do regime parido pela abrilada, extirpados, claro está, os elementos estalinistas. Terá considerado a hipótese de inaugurar uma nova era a partir de um pronunciamento castrense que eliminasse a velha guarda salazariana e impusesse um novo rumo nacional? O seu comportamento nas vésperas do golpe, a atitude no dia do desastre, o refúgio e a rendição no Carmo, tudo permanece nas brumas...
Desvencilhar-se do “estorvo” que representava o Ultramar e aderir à CEE – com tudo o que isto comportava – parecem ter sido objectivos partilhados pelo antigo integralista (mais entourage) e pelos revolucionários da safra ’74. Se os objectivos eram os mesmos, os meios para os atingir, quero crer, teriam sido diferentes – não vejo Marcello Caetano, entre sorrisos e abraços, a atirar milhões de ultramarinos à imolação nas mãos de soviéticos e cia. Se bem recordo, o segundo governo Guterres utilizou dezanove antigos colaboradores do sucessor de Salazar em cargos variados, de presidentes de entidades estaduais à ministros de Estado. Socialistas, “centristas”, social-democratas... o Portugal “europeu” e moderninho, dos automóveis e telemóveis, diminuto e dependente... É fartar marcellice...
Talvez a melhor caracterização de Marcello Caetano – e do drama português que ele encarnou – tenha sido elaborada pelo próprio, ao substituir Salazar na Presidência do Conselho: acostumados há tanto tempo “a serem governados por um homem de génio”, os portugueses teriam de habituar-se ao governo de “um homem como os outros”.
E assim foi.
Estou convencido de que Caetano poderia ter sido o governante modelo do regime parido pela abrilada, extirpados, claro está, os elementos estalinistas. Terá considerado a hipótese de inaugurar uma nova era a partir de um pronunciamento castrense que eliminasse a velha guarda salazariana e impusesse um novo rumo nacional? O seu comportamento nas vésperas do golpe, a atitude no dia do desastre, o refúgio e a rendição no Carmo, tudo permanece nas brumas...
Desvencilhar-se do “estorvo” que representava o Ultramar e aderir à CEE – com tudo o que isto comportava – parecem ter sido objectivos partilhados pelo antigo integralista (mais entourage) e pelos revolucionários da safra ’74. Se os objectivos eram os mesmos, os meios para os atingir, quero crer, teriam sido diferentes – não vejo Marcello Caetano, entre sorrisos e abraços, a atirar milhões de ultramarinos à imolação nas mãos de soviéticos e cia. Se bem recordo, o segundo governo Guterres utilizou dezanove antigos colaboradores do sucessor de Salazar em cargos variados, de presidentes de entidades estaduais à ministros de Estado. Socialistas, “centristas”, social-democratas... o Portugal “europeu” e moderninho, dos automóveis e telemóveis, diminuto e dependente... É fartar marcellice...
Talvez a melhor caracterização de Marcello Caetano – e do drama português que ele encarnou – tenha sido elaborada pelo próprio, ao substituir Salazar na Presidência do Conselho: acostumados há tanto tempo “a serem governados por um homem de génio”, os portugueses teriam de habituar-se ao governo de “um homem como os outros”.
E assim foi.
Mais aniversários
