quarta-feira, agosto 30, 2006

Gotan Project - Santa Maria del Buen Ayre

Nina Simone - My Baby Just Cares For me

Nova emissão de António Vitorino

terça-feira, agosto 29, 2006

Criatividade onomástica

O patropi anda alvoroçado com a proximidade de novo carnavalão eleiçoeiro, o qual confirmará o erudito Sr. Silva como pizidêntchi da repúbrica e hordas de pulhíticos nos seus lugares rendosos - supremo exemplo de êxito gramsciano. Assisto ao hilariante espectáculo com imenso gozo, além de aproveitar para enriquecer sobremaneira o meu vocabulário onomástico com as pérolas ali cultivadas. Aqui alguns dos candidatos presentes na grande patetice (os nomes das agrupações a que pertencem - meros rótulos de fantasia - foram omitidos para evitar gargalhadas em demasia):

ALEKISANDRO RODRIGUES JUREMA
CLARK GABLE RODRIGUES
CREUZO ARQUIMENDES FARIA
DEIVES GOULART DOS SANTOS
JACKESON DOS SANTOS LACERDA
JEISON JANDIRO SILVA
JONUEINY NASCIMENTO
KELLY CRISTINA DE ALMEIDA MARTINS SILVA
MAICOL JURANDIR BENEVIDES
MARLUDE BATISTA GOMES
MOZAR ANDRADE PARREIRA
ORLEANS PEREIRA DE JESUS
ORSAY GONÇALVES MAGALHÃES
OTOJANES COUTINHO DE OLIVEIRA
SANCLER SILVA PEREIRA
SAVERO LA RUINA
UOXINTON PALMIRO DE SOUSA
USTANE RAMOS PEREIRA LOPES
VALDOMARK BATISTA TAVARES
VANDOMIR JOSE VIDAL
WANDERLEYDE RIBEIRO CARVALHO
WELLYSD DE ANDRADE PEREIRA

segunda-feira, agosto 21, 2006

Questão de dosagem

domingo, agosto 20, 2006

Racionalidade abrileira

No momento em que o Portugal das abriladas prepara-se para novamente enviar tropas a um conflito que não nos diz respeito, cumpre recordar a traição da tropa fandanga que apunhalou pelas costas povos e terras que jurara defender. Ver no Vanguarda, o indispensável texto de Fernando Pacheco de Amorim.

sábado, agosto 19, 2006

Último Reduto

Três velinhas para o Último Reduto, aniversariante das lides blogosféricas. A Cruz de Cristo que traz como emblema já diz o suficiente. Parabéns!

Tour parisiense com JP Belmondo

Para o Misantropo: destino Punta del Este - Uruguay

Ave Kirchner

Regresso à Argentina do Señor Kirchner e percebo que o indivíduo conseguiu obter os plenos poderes que tanto almejava para poder usar e abusar do orçamento do Estado, tudo sem dar cavaco a quem quer que seja. Também voltou a nomear a hermanita para um apetitoso cargo ministerial - "desenvolvimento social", posto privilegiado para a distribuição de benesses sociais de variada extracção, ie, localização estratégica para a democratérrima actividade da compra de votos. Mas a Argentina pingüina tem outras delícias: quando um arruaceiro (ou piquetero) toma de assalto uma esquadra policial, faz reféns e ocupa-a por vários dias, o responsável pela fanfarronada não é levado à justiça, como qualquer mortal, mas é alcancorado a uma sub-secretaria de Estado, com direito a debitar - e a cometer - as alarvidades que desejar. Kirchner dixit. Edificante.

Do "amigo" Chávez

O pretenso delfim do bolorento Castro, o nosso "querido" bolivariano Chávez, parece que vai mesmo às compras. O magnate dos petróleos e arquitecto de uma nova América pretende adquirir muito mais do que os 22 caças Sukhoi (Su-30), os 30 helicópteros ou os 100 mil fuzis AK-130 - tudo de fabricação russa e recentemente comprados. O comandante deseja pelo menos 150 jactos supersónicos, de 10 a 15 submarinos lançadores de mísseis, 138 navios de guerra, além de conjuntos de radares, fábricas de sistemas de defesa, e, why not, alguma capacidade nuclear. Com o crude a roçar os US$ 80 este cromo pode dar-se o gosto... e o luxo. Temporal à vista.

Ainda Caetano

Escrevi algo um pouco duro a respeito de Marcello Caetano. Os "17 de agosto" são-me penosos por motivos estrictamente pessoais... daí, talvez, a pouca pachorra com quem governava Portugal no momento mais trágico da sua História. Homem de grande inteligência e vasta cultura, que soube galgar os degraus do Estado e, independentemente do que ocorreu depois, foi, mais do que a maioria, próximo de Oliveira Salazar. Não soube ou não pôde suceder a um Homem de génio, no momento mais grave para a sobrevivência da Nação - mas será que há ou houve alguém que o tenha logrado? Sinto dizê-lo mas não creio que Caetano tenha sido o homem certo para o momento certo. Considerei-o pusilânime, plagado em dúvidas, incoerente às vezes, a desejar os resultados de uma política sem querer arcar com os custos da mesma, sem saber realmente como levar a cabo a missão - dificílima, terrível, reconheço - que lhe fora confiada. Formou legiões de discípulos e incondicionais que o abandonaram sem o mais mínimo melindre tão logo soaram as trombetas da mudança. Muitos foram ou são figurões deste regime que vem gerindo os restos de Portugal. E suportar o abandono - e por que não a traição? -, a calúnia, o exílio; obrigado aos sessenta e oito anos a ganhar o pão de cada dia (e fê-lo em exemplar labor académico), não é nada, mas nada fácil. Como dizem aqueles que fraternalmente acolheram o intelectual-estadista vencido, Marcello Caetano "comeu o pão que o diabo amassou". Viveu honradamente os últimos seis anos de vida e deixou determinado que não fosse enterrado em Portugal. Discordei frontalmente de sua política mas reconheço o sofrimento diante do mais vil dos espectáculos desta longa tragédia humana. Que descanse em paz.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Marcello Caetano

Marcello Caetano - 100 anos

Hoje Marcello Caetano cumpriria cem anos. De toda a sua longa vida pública, incluída a cátedra que criou escola, fica-lhe indelevelmente associada a imagem do timoneiro maladroit da nave que sossobrou espectacularmente; daquele que, logrando dasagradar gregos e troianos, presidiu aos últimos estertores do Portugal euro-ultramarino. Não irei aqui alongar-me na sua avaliação: os amigos Misantropo e Combustões já sintetizaram, com a mestria habitual, a natureza humana e política do último Presidente do Conselho da Constituição de 1933.

Estou convencido de que Caetano poderia ter sido o governante modelo do regime parido pela abrilada, extirpados, claro está, os elementos estalinistas. Terá considerado a hipótese de inaugurar uma nova era a partir de um pronunciamento castrense que eliminasse a velha guarda salazariana e impusesse um novo rumo nacional? O seu comportamento nas vésperas do golpe, a atitude no dia do desastre, o refúgio e a rendição no Carmo, tudo permanece nas brumas...

Desvencilhar-se do “estorvo” que representava o Ultramar e aderir à CEE – com tudo o que isto comportava – parecem ter sido objectivos partilhados pelo antigo integralista (mais entourage) e pelos revolucionários da safra ’74. Se os objectivos eram os mesmos, os meios para os atingir, quero crer, teriam sido diferentes – não vejo Marcello Caetano, entre sorrisos e abraços, a atirar milhões de ultramarinos à imolação nas mãos de soviéticos e cia. Se bem recordo, o segundo governo Guterres utilizou dezanove antigos colaboradores do sucessor de Salazar em cargos variados, de presidentes de entidades estaduais à ministros de Estado. Socialistas, “centristas”, social-democratas... o Portugal “europeu” e moderninho, dos automóveis e telemóveis, diminuto e dependente... É fartar marcellice...

Talvez a melhor caracterização de Marcello Caetano – e do drama português que ele encarnou – tenha sido elaborada pelo próprio, ao substituir Salazar na Presidência do Conselho: acostumados há tanto tempo “a serem governados por um homem de génio”, os portugueses teriam de habituar-se ao governo de “um homem como os outros”.

E assim foi.

Para o Combustões

Lourenço Marques - Revisitada

Mais aniversários

De volta das férias envio atrasados mas efusivos e sinceros parabéns a dois aniversariantes, leituras diárias cá da casa: Combustões e Sexo dos Anjos.