sábado, fevereiro 25, 2006

Poder e Relações Internacionais

Mudam os tempos, passam as décadas, sucedem-se as modas, os sistemas, os regimes, os chavões, os mitos. Tudo muda mas o que menos muda é o homem. Política é a busca e a conservação do poder e o chamado direito internacional é a vontade do mais forte expressa em lei. Os interesses imperam; o resto é folclore. Os povos que esquecem esta lição descem o plano inclinado rumo à obliteração. Apesar das modernices da Nova Ordem Mundial e da felicidade absoluta prometida ao gentio, dos tribunais e polícias internacionais, dos juramentos solenes de fraternidade global, no tablado político planetário existe uma única luta, e esta é pela conquista do poder. Esta é a realidade; o resto é mistificação.

Para recordar os seis princípios básicos do Realismo, formulados por Hans J. Morgenthau:

1) As relações internacionais são governadas por leis objectivas que radicam na natureza humana; 2) O aspecto-chave é o conceito de interesse definido em termos de poder; 3) Interesse definido em termos de poder é uma categoria objectiva de validade universal, embora o seu significado exacto possa alterar-se em função da época e das circunstâncias; 4) Se princípios morais têm o seu lugar, estes não podem ser definidos de forma idêntica em cada ponto do tempo e do espaço e aplicar-se de forma diferenciada a estados e indivíduos; 5) As aspirações morais de uma determinada nação não são leis morais que governam o universo; 6) A Política é uma esfera autónoma que necesita ser analizada como uma entidade, sem subordinação a valores externos.

Ar puro


Para um fim de semana de descompressão e desintoxicação
http://www.isi.org/books/bookdetail.aspx?id=4b399f2b-6868-4926-9be5-320bb9ddeaa1

Céline

Entre 1937 e 1941 Louis Ferdinand Destouches, vulgo Céline, publicou quatro panfletos que o levaram a ser condenado como escritor maldito. Em Mea Culpa ('36) o comunismo é fulminado; com Bagatelles pour un massacre ('37), L´École des cadavres ('38) e Beaux Draps ('41) Céline bate forte no "povo eleito". Mas não foram só estes os dois alvos visados pelo médico-cum-escritor: o capitalismo também foi devidamente sovado. Não alinhou com o projecto "aliado" durante a II Grande Guerra; em '45 é preso, degradado à "indignidade nacional" e expropriado dos parcos bens; em 1951 é amnistiado. O autor do emblemático Voyage au bout de la nuit ('32) escreveu que "ce monde n'est qu'une immense entreprise à se foutre du monde". Dou-lhe carradas de razão.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

De Nação à nação à país. Bravo!

A Torre de Babel, por Peter Bruegel o Velho (1563)

A qualidade de pertencer à Nação Portuguesa -- a famigerada "nacionalidade" -- acaba de ser transformada num papelinho qualquer a traficar, tal qual em França, Inglaterra, Alemanha, etc. Parabéns a todos aqueles que meteram ombros à tarefa! Basta um golpe certeiro e poderoso e esfarela-se a base da identidade nacional. Agora, sim, Portugal deixa de ser nação para ser país. Abrilada ´74, CCE/UE, lei de "solo", lei de "cama", etc., tudo etapas do processo de dissolução nacional. Mas como vivemos no mundo do faz-de-contas, vou seguir o exemplo do Candide de Voltaire e repetir aos quatro ventos que, como não há efeito sem causa, tudo está necessariamente encadeado e arranjado para o melhor. Para o melhor dos mundos possíveis...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Vergonha alpina


O historiador inglês David Irving foi hoje condenado por um tribunal austríaco a três anos de prisão por questionar a versão oficial sobre o chamado holocausto judaico. Neste nosso admirável mundo novo há algumas verdades que necessitam de protecção especial, obtida com o encarceramento daqueles que as não aceitam ou, apenas, fazem-lhes reparos. De uma simples opinião expressa à boca pequena num café à investigação académica segundo rigorosa metodologia científica, ai de quem for apanhado a cometer tão execrando crime. Por uma mera questão de lógica o lindíssimo país alpino, resíduo de um grandioso império, deveria expungir do vocabulário corrente as palavras "democracia", "liberdade" e "república". Como não sou democrata, nem libertário nem republicano, estou-me a borrifar para essas minudências, mas eles? Esses fariseus? A ver o que esses hipócritas têm reservado para o webspace. Que tal umas doses cavalares de Orwell e Huxley?

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Modernidade

Brave New World por Gudrun Reubel

Há um par de dias, em um programa na TV5 acerca dos famigerados cartoons, "aprendi" algumas maravilhas da modernidade que temos o privilégio de testemunhar: a) A França deixou de ser a "terra dos francos" para ser um grande albergue multi-culti, de tipo babélico e com entrada livre. b) Os recentes distúrbios, a violência, as zonas "liberadas", a insegurança e a criminalidade não são resultado do excesso de imigração caótica, mas, sim, da sua insuficiência. c) Do lado do "bem" estão os laicos e democratas; do lado do "mal" está o resto, também chamados "integristas". d) Defender valores que não dependem da aprovação de maiorias numéricas, reais ou fictícias, e agir conforme a Lei Natural são demonstrações de ... "fascismo". Devidamente esclarecido acerca do terrível perigo integral-fascista-confessional que ameaça o nosso admirável mundo novo, agarrei num bom livro sobre a dinastia "maldita" dos Valois, liguei o ar-condicionado e meti-me na cama, menos pessimista. Estamos, sem dúvida, no bom caminho.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Revigorante da memória

O Juízo Final por Gustave Doré (1832-1883)

A 28 de Dezembro de 1978 um grupo de cidadãos portugueses apresentou queixa contra os “descolonizadores exemplares”. Na obra Os “descolonizadores” e o crime de traição à Pátria (por S. Silvério Marques, L. Aguiar, G. Santos e Castro; Ed. Ulisseia; 2ª ed; 1983) encontra-se o relato completo (383 páginas), com grande riqueza de detalhes, do referido processo e da forma vergonhosa como os poderes executivo e legislativo intervieram na alçada judiciária. A não perder o comentário e o parecer, simplesmente brilhantes, do Prof. Doutor Manuel Cavaleiro de Ferreira, um dos maiores juristas portugueses de sempre.

Deste trabalho retira-se a seguinte lista, não exaustiva, com os nomes dos acusados.

Mário Soares, que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros

António de Almeida Santos, que foi Ministro de Coordenação Interterritorial

Ernesto Augusto de Melo Antunes, membro do Conselho de Estado

Francisco da Costa Gomes, que foi Presidente da República

António Alva Rosa Coutinho, que foi Presidente da Junta Governativa de Angola

Victor Manuel Trigueiro Crespo, que foi Alto-Comissário em Moçambique

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho, que foi Comandante-Adjunto do Copcon

Mário Lemos Pires, que foi Governador de Timor

António Pires Veloso, que foi Alto-Comissário em S. Tomé e Príncipe

Vicente de Almeida Eça, que foi Alto-Comissário em Cabo Verde

António da Silva Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Leonel Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Os membros da Junta de Salvação Nacional que deram pareceres favoráveis aos Acordos de “descolonização”

Os membros do Conselho de Estado que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros dos governos provisórios que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros do Conselho da Revolução que foram autores da Lei Constitucional 7/74

Baseada nas assinaturas apostas nos documentos relativos ao infâme processo, a lista não inclui os nomes das criaturas que, embora não tenham assinado nada, tiveram papel fundamental na entrega do Ultramar aos bandos terroristas de obediência soviética e no subsequente martírio das suas populações. Especificamente, penso em Álvaro Cunhal e na sua troupe.

Feito este reparo, digo eu: se estas criaturas conseguiram escapar à “justiça” dos homens, fundadores que foram de um regime que é o seu próprio reflexo, da Justiça de Deus não escaparão – estão intimados a comparecer perante o Seu Tribunal. Imagino que alguns já estarão a arder no Inferno. Os demais podem ir aviando as malas.

JAMAIS ESQUECEREMOS

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Maçonaria

http://www.edicionesojeda.com/l_masoneria-franco.htm

Francisco Franco, sob o pseudónimo de J. Boor, publicou em 1952 uma colectânea de textos sobre a Maçonaria, incluindo algumas referências importantes ao judaísmo na sua vertente sionista. Da perda do Império Americano à Revolução Liberal, da República à Guerra Civil e à campanha internacional contra a Espanha Nacional vitoriosa em 1939, a obra põe a descoberto a actuação da seita, inimiga mortal do Altar e do Trono, e o seu trabalho de sapa para dissolver o carácter da Nação em todos os seus componentes tradicionais.

Ainda a Europa


Europa, por P. Caliari detto il Veronese, cerca de 1750

Creio que o tema das caricaturas maometanas já está esgotado, tantas foram as análises oriundas de todos os quadrantes. Neste nosso espaço de convívio – para usar a expressão do amigo Paulo Cunha Porto – foram publicados excelentes textos sobre o assunto. Quando usei a expressão “Cruzada”, em nenhum momento vislumbrei uma Europa em armas, unida no ultraje e na entrega à missão restauradora. De nenhuma forma. Pensei, sim, mais no espírito de “Cruzado” de uma pequena, mesmo diminuta, parcela de europeus para quem a sua Nação não é um albergue sem tranca à porta, no meio de um lote de terreno propício a qualquer tipo de negócio – o que é, muito sinteticamente, o ideal da UE e de outras iniciativas mundialistas. Não posso acreditar que a Europa correrá a suicidar-se como um bloco coeso. Ainda existe uma Europa profunda, europeia, consciente das suas raízes, dos seus valores, das suas obras, da sua fantástica intervenção na História – sem consciências pesadas, pedidos colectivos de perdão e outros disparates do “politicamente correcto” mas escandalosamente falso. Julgo que daí – dessas partes ainda sãs – poderá, um dia, talvez mais cedo do que pensamos, vir a reacção que se impõe. Estou pessimista e razões não faltam. A Europa abdicou de suas responsabilidades, dos seus direitos, da sua identidade. Sob o império totalitário do relativismo dobrou o cerviz diante dos seus inimigos de sempre. E fê-lo por vontade própria e com baixeza.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Cuidado: Copy & Paste na Blogosfera


Andam para aí na blogosfera uns malandrins especialistas do copy & paste a quem apraz rechear os respectivos blogs com os posts alheios. Para minha grande surpresa deparei com um brasuca sabichão que surripiou-me duas postagens completas.

Ver em:

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Terra dos Francos? Filha primogénita da Igreja?


Em Paris, na Sainte Chapelle, numa tarde invernal:

Observo a chegada um tanto agitada de um grupo de licéens sobre os quais o mestre não exercia lá grande controlo e que não poupavam esforços em demonstrar o seu parco interesse na visita. Fora a professora e dois alunos, todos os demais – 19 – eram negros ou magrebinos.

Ouço referências ao Rei São Luís, às Cruzadas, à coroa de espinhos do Redentor, ao Cristianismo, à França, à Europa...

Da boca de um negrito de tranças sai um sonoro: “qu´est-ce que ça peut me foutre?”

De outra, desta vez magrebina, salta um retumbante “ça m´fait chier!”

Não tenho a menor dúvida quanto ao pleno êxito da política oficial de “integração” das hordas de imigrantes – valeurs républicaines obligent... –, mesmo que se trate de integrar o inintegrável. Também considero-me pirotécnicamente avisado quanto ao tratamento a ser dispensado pelos novos senhores do hexágono às “velharias” deixadas pelos antigos habitantes.

Àqueles ainda indecisos a respeito da nova Cruzada que já desponta no horizonte e aos que estão dispostos a lutar pela defesa da identidade da Europa e da sua civilização, recomendo vivamente a leitura d´El Campamento de los Santos, de Jean Raspail, Ed. Ojeda, Barcelona, 2003.


Mais detalhes em:

http://www.edicionesojeda.com/l_campamento.htm

domingo, fevereiro 05, 2006

Jacques Bainville

Bainville
L´Intelligence de l´Histoire
Dominique Decherf, ed. Bartillat, Paris, 2000

Especialmente para o O Misantropo Enjaulado, cujo retorno ao nosso convívio aqui celebramos, a recomendação de uma biografia de Jacques Bainville, o incomparável historiador do futuro e companheiro de Charles Maurras na Action Française.

Multifacético homme de lettres: jornalista, analista financeiro, especialista em diplomacia e relações internacionais, crítico literário, historiador, teórico do pensamento monárquico tradicionalista.

Desprezava a democracia. Previu, com antecipação de duas décadas, a II Grande Guerra; de muitas mais, a ruína do comunismo e o colapso da União Soviética.

Três das muitas razões para interessar-se por Jacques Bainville. E, para mim, mais do que suficientes.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Manias

Aceito de muito bom grado o convite do COMBUSTÕES para participar da jogatana e confessar cinco de minhas mais características manias (uma vasta colecção…):

1) Lavo as mãos várias vezes ao dia (ainda não cheguei ao nível de um Howard Hughes, mas a frequência da acção está a aumentar com a idade)

2) Não tolero falatório do tipo diz-tu-direi-eu, sobretudo com grande número de vozes superpostas (disto fujo como Mafoma ao toucinho)

3) Jamais comeria percebes (evito, até mesmo, o terror da sua visão)

4) Odeio guiar em Lisboa, Rio de Janeiro e Buenos Aires (prefiro calçar bons botins e caminhar com a perseverança de um romeiro)

5) Não consigo dormir sem almofadas (de eiderdown, é claro) a cobrir-me os ouvidos

Aproveito para cordialmente convidar os seguintes colegas para este exercício salutar:

Je Maintiendrai
Nova Frente
Batalha Final
Santos da Casa
Orgulhosamente Só
O Salazarista

1-2-1908


O ódio tenebroso pariu os inimigos do Altar e do Trono, e estes não falham em inaugurar a sua era de liberdade-igualdade-fraternidade com sangue.

Em memória de D. Carlos e D. Luís Filipe
1-2-1908