Plano francês para a conquista de Buenos Aires
Em abril de 1660 chega a Buenos Aires Barthélemy de Massiac, engenheiro militar francês e especialista em fortificações. Está ao serviço da Corôa Portuguesa: após cumprir missão em Angola, passa por Lisboa e parte para o estuário do Rio da Prata. Um confuso episódio obriga-o a permanecer dois anos por estas paragens e aproveita para - secretamente - desenhar minuciosos mapas da cidade-porto e dos seus arredores. De regresso à Europa Massiac redige um dossier que é enviado a Colbert. O grande ministro de Luís XIV endereça-lhe então uma série de perguntas a respeito de Buenos Aires, todas elas respondidas com riqueza de detalhe. A ideia não avançou mas ficamos a saber que a possibilidade de uma invasão francesa de Buenos Aires chegou a ser considerada pelo Rei-Sol. Além dos planos mais antigos da futura capital do Vice-Reinado do Rio da Prata, Barthélemy de Massiac deixa-nos um interessante comentário acerca do que viu naquele embrião da Argentina: "seria a terra mais linda do mundo se estivesse havitada por gente honesta". Ter-se-á equivocado muito?
3 Comments:
Querer todo mundo quer muita coisa...
Creio q aos franceses não faltaram vontades e maldades, mas faltou-lhes algo os ingleses e holandeses têm de sobra, sorte e dissimulação.
Desde luego que hay muchos no honestos en Argentina. ¿Hay acaso menos en Portugal? ¿O en España? ¿O en los países anglocabrones? En estos últimos, ciertamente, saben esconder bien sus deshonestidades bajo la alfombra.
Argentina, si no hubiera tenido los afrancesados porteños (o si todos los franceses que allá fueron hubieran sido de la talla de Santiago de Liniers), o la codicia de la oligarquía vacuna, frecuentemente entroncada con el pueblo electo y con el no menos electo pueblo anglomasón, hubiera sido más honesta.
Caro Acja:
De facto, o projecto da França Antárctica não resultou, pese as várias tentativas Os holandeses estiveram no Nordeste brasileiro e foram corridos. Os ingleses apostaram fortemente na subversão local e no controlo indirecto - colheram bons frutos por muito tempo.
Abr.
Caro Rafael:
Claro está. Há gente correctíssima aqui, em Espanha, no RU, França, Vanuato, etc. Mas (ainda) há sociedades onde, em geral, a práctica desonesta ainda é a exceção e é vista como má acção. Em outras, a desonestidade é a regra e acaba por ser considerada sinal de grande esperteza - a conhecida "viveza criolla" é um exemplo. Reconheço que o mundo vai por esse caminho. Uma pena. Podemos então discutir para que lado tende mais uma dada sociedade.
Abr.
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