sexta-feira, junho 30, 2006

Geleia

Finalmente a demissão do ministro que para mim encarna o fenómeno do cachaço-geleia. Nascido e criado no Estado Novo, devotadíssimo discípulo de Marcello Caetano até à véspera do 25-4-74, ao dia seguinte afasta-se cobardemente deste, metamorfoseado, tal qual lepdóptero, em democrata das mais amplas liberdades e crítico do regime caído. Depressa metido na nova ordem não sente nenhum desconforto em aceitar o esquema "tolerado" pelo nefasto MFA. Da sua passagem pelo governo ficará indelevelmente registada a intervenção para impedir o julgamento dos responsáveis pelo crime de traição à Pátria, eufemistica e vergonhosamente chamada, "descolonização exemplar". Daí em diante, mais geleia, menos geleia, inspirou-me absoluta indiferença e nada mais constituiu surpresa, da ONU ao ministério "socrático"... Sou obrigado a reconhecer uma única qualidade à quartelada abrileira: em apenas um dia - pasme-se com a eficiência! - destrinçou o joio do trigo e definiu quem possuía ou não carácter.

terça-feira, junho 27, 2006

Ainda a indústria pujante


Mais lindo do que premiar combatentes da "liberdade" e da "democracia" com indemnizações e pensões é premiar comunistas e cia. por tão comovente actividade. Afinal, contribuir com tanto afinco para colocar Portugal na vanguarda da "marcha progressista" da História e transformá-lo em modelar coutada soviética, ao módico custo de assaltos, bombas e alguns milhões de mortos no Ultramar, bem merece condecorações e seiscentos euros mensais. Suspeito que o governo português terá de abrir bem a bolsa pois a lista de "anti-fascistas" deverá superar a população do rectângulito abrileiro para incluir os portugueses do estrangeiro e, até mesmo, brasucas, ucranianos e quejandos, já "socraticamente" naturalizados. A indústria do anti-fascismo desafia os manuais de economia: é imune a recessões, cresce continuamente. Aqui na Argentina, onde terroristas e assassinos são igualmente identificados com a luta pela "liberdade" e pela "democracia", a actividade vai de vento em popa: até "desaparecidos" apareceram e "mortos" ressuscitaram para exigir o seu rico dinheirinho. Seiscentos euros por mês? Olhem que eu, pobre de mim, que não sou democrata, ainda deixo a barba crescer, visto um fato macaco, maquilho o CV e vou de abalada ao consulado a ver se ponho o nome na lista...

domingo, junho 25, 2006

Indústria pujante


Uma vista d'olhos pelo panorama bibliográfico sobre Salazar e o Estado Novo indica como é grande, pujante e lucrativa a indústria do "anti-fascismo". Que seria dos Rosas e Costas Pintos se Maria do Resgate não tivesse dado à luz o António?

George Orwell


Animal Farm e 1984 de George Orwell são duas leituras que muito me impressionaram em tempos juvenis, numa época em que as imagens transmitidas ainda tinham mais de ficção do que de denúncia de uma realidade ou de um juízo profético. De origem aristocrática, Eric Arthur Blair passa por Eton College mas acaba mesmo por abraçar o socialismo e a combater na guerra civil espanhola, incorporado na divisão "Lenine". A experiência com os camaradas marxistas valeu-lhe para denunciar o comunismo - e o estalinismo, antes do tempo e da "moda" - e alertar para os perigos do controle totalitário da sociedade do futuro. Hoje Orwell cumpriria 103 anos.

Alemanha incompleta


Incondicional partidário da coincidência entre a etimologia de um vocábulo e a realidade que este pretende transmitir, aproveito o momento em que grande parte do orbe tem os olhos postos na Alemanha para lavrar o meu protesto contra a erradamente chamada "re-unificação" alemã de 1990, executada pela dupla Kohl-Gorbachev. Cumpre lembrar que a Prússia Oriental, a Pomerânia, o Brandenburgo Oriental, a Silésia e os Sudetas - deixados de fora - também são parte integrante da família.

quarta-feira, junho 14, 2006

Bofetada


De uma empregada caboverdeana em casa de família lisboeta, a seguir à vitória brasileira sobre a Croácia no "mundial" futebolístico:

"Ganhámos!"

Só isto. Em uma só palavra, proferida por boca humilde, toda uma síntese do sentimento ancestral subjacente ao conceito de nação euro-ultramarina que foi Portugal. Nada de sofisticações académicas, arcabouços teóricos, abstrações; mas o sentimento natural, sincero, simples, de gente como qualquer outra. Aí está a razão várias vezes secular para a defesa intransigente de povos e territórios onde sentia-se a Pátria comum - algo inintelegível para as cabecinhas de abrileiros de todos os signos e que fizeram correr rios de sangue por conta dos seus próprios caprichos. Este "Ganhámos!" é uma autêntica bofetada.

sexta-feira, junho 09, 2006

10 de junho

10 de junho dia de Portugal. Dia de quem fundou a Nação; de quem a construiu, dilatou, defendeu, restaurou. E dia daqueles que por ela mourejaram a preceito, não mediram sacrifícios, entregaram a própria vida. Há quem diga que tudo isso é uma inutilidade, um disparate; outros há que disto fazem regra de vida. Realidade imorredoura; síntese do "ontem", do "hoje" e do "amanhã", sagrado património intergeracional - para estes; mero espaço geográfico, local de residência, negócios e negociatas - para aqueles.

Quanto a mim, fico com Salazar: a primeira realidade da ordem política é a existência independente da Nação, a cujos supremos objectivos devem estar subordinadas todas as pessoas individuais ou colectivas, elementos integrantes do organismo nacional.

Se, como dizia Renan, a existência de uma Nação é um "plebiscito quotidiano", afirmemos, pois, diariamente, o nosso sim à Portugal.

quinta-feira, junho 08, 2006

E nas bibliotecas de Buenos Aires...

O Homem e a Obra que nos anos trinta já eram referências obrigatórias para o nacionalismo católico na Argentina.

Triplo milagre de Fátima


Panorama Católico Internacional é uma interessante publicação argentina com enfoque católico tradicional. Recentemente publicaram-se dois artigos a relacionar o milagre de Nossa Senhora de Fátima, a renovação da fé e a restauração nacional conduzida por Oliveira Salazar. Entitulado "Triple milagro de Nuestra Señora de Fátima en Portugal", o belo texto pode ser lido em:

Parte I

Parte II

segunda-feira, junho 05, 2006

Força!



Um brinde ao Orgulhosamente Só por um primeiro ano blogosférico repleto de patriotismo. Que continue o bom combate!

sábado, junho 03, 2006

G. K. Chesterton

Dia 28 de maio recordámos um profeta: Salazar. Agora lembremo-nos de outro: Chesterton. Este, em 1926, sentenciava: "o bolchevismo já está morto." E acrescentava que os males do "materialismo monopolista" durariam muito mais tempo e provocariam muito maiores estragos do que o "breve interlúdio da anarquia bolchevista." "A loucura de amanhã não está em Moscovo, mas muito mais em Manhattan." Pontaria certeira...

Os "sem-nacionalidade"


Sempre nutri um absoluto respeito pelos conceitos de nação e de nacionalidade. No entanto os tempos recentes, as uniões europeias e as não tão (ou não mais) europeias, o mundialismo avassalador, a psicose do multi-culti e demais sandices descaracterizadoras, convenceram-me que o outrora sagrado conceito de “nacionalidade” foi devidamente profanado. Relativizada e reduzida a uma mera categoria burocrático-classificadora, a nacionalidade, que deveria ser herdada ou, nas devidas excepções, merecida, vale agora tanto quanto um ticket-refeição, uma camisola de equipa futebolística ou um acessório de moda. Em tempos de direitos especiais, melhor dito: privilégios, à disposição de qualquer grupo com uma agenda própria, quero aqui propor a criação de mais uma associação de interesse especial: os “sem-nacionalidade”. Na era dos sem-papéis, sem-tecto, sem-terra, etc., cumpre fundar o grupo dos sem-nacionalidade, daqueles que recusam o aviltamento de tão nobre conceito e preferem, então, ser classificados em uma nova categoria – com direito a BI e passaporte distintos, talvez transparentes. Quem alinha?